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A pintura digital de Mário Silva retrata o Papa Francisco num momento de conexão com o povo, capturando a sua essência acolhedora e carismática.
O Papa está numa cadeira de rodas, refletindo a sua fragilidade física nos últimos anos de vida, mas a sua expressão é de alegria genuína, com um sorriso largo e olhos brilhantes que transmitem bondade.
Ele veste as tradicionais vestes papais brancas, com a cruz peitoral e o solidéu, e ergue a mão direita num gesto de bênção ou saudação.
Ao fundo, a grandiosa Basílica de São Pedro, no Vaticano, destaca-se com sua cúpula imponente e colunas majestosas, simbolizando o coração da Igreja Católica.
Uma multidão de fiéis preenche a Praça de São Pedro, sugerindo um momento de grande comunhão, talvez durante uma audiência ou celebração.
A paleta de cores da pintura mistura tons suaves de bege e cinza, criando um contraste delicado que realça a figura do Papa e a arquitetura clássica do cenário.
A obra transmite uma sensação de proximidade e humanidade, características marcantes do pontificado de Francisco.
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O pontificado do Papa Francisco
Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, Argentina, foi eleito o 266º Papa da Igreja Católica em 13 de março de 2013, após a renúncia de Bento XVI.
O seu pontificado, que durou até à sua morte (conforme sugerido pela pintura, datada simbolicamente em 2025), foi marcado por uma abordagem pastoral inovadora, focada na misericórdia, na inclusão e na simplicidade, o que lhe rendeu o apelido de "Papa do povo".
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Francisco foi o primeiro Papa jesuíta, o primeiro vindo da América Latina e o primeiro não europeu em mais de mil anos.
Desde o início, ele destacou-se pela sua humildade: escolheu o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, um santo associado à pobreza e ao cuidado com os pobres, e optou por uma vida mais simples, rejeitando luxos tradicionais associados ao papado, como morar no Palácio Apostólico, preferindo a Casa Santa Marta, uma residência mais modesta.
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Seu lema, "Miserando atque eligendo" ("Olhou com misericórdia e escolheu"), refletiu-se nas suas ações e ensinamentos.
Francisco enfatizou a misericórdia como o cerne da mensagem cristã, promovendo uma Igreja mais acolhedora e menos julgadora.
A sua frase "Todos, Todos, Todos", mencionada no título da pintura, encapsula a sua visão de uma Igreja que não exclui ninguém, independentemente de origem, orientação sexual ou condição social.
Ele frequentemente defendeu os marginalizados, incluindo migrantes, refugiados, pobres e prisioneiros, e foi um crítico ferrenho das desigualdades económicas e do consumismo desenfreado.
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Um dos documentos mais significativos de seu pontificado foi a encíclica Laudato Si' (2015), na qual abordou a crise ambiental global, ligando a degradação do planeta à exploração dos mais pobres e chamando por uma "ecologia integral".
Francisco também promoveu reformas na Igreja, como a maior transparência financeira no Vaticano e a descentralização do poder, dando mais voz às conferências episcopais locais.
Ele foi um defensor do diálogo inter-religioso, assinando, em 2019, o "Documento sobre a Fraternidade Humana" com o Grande Imame de Al-Azhar, um marco nas relações entre católicos e muçulmanos.
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Apesar da sua popularidade, Francisco enfrentou críticas.
Alguns setores conservadores da Igreja acusaram-no de ser muito progressista, especialmente pela sua abertura a discussões sobre temas como o divórcio, a comunhão para casais em segunda união (Amoris Laetitia, 2016) e a inclusão de pessoas LGBTQ+.
Outros viam-no como insuficientemente firme em questões doutrinárias.
Além disso, ele lidou com escândalos de abusos sexuais na Igreja, tomando medidas para aumentar a responsabilidade, embora tenha sido criticado por respostas iniciais consideradas lentas.
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Nos últimos anos de seu pontificado, a sua saúde fragilizada levou-o a usar uma cadeira de rodas, como retratado na pintura, mas isso não diminuiu o seu impacto.
Francisco continuou a viajar, visitar comunidades vulneráveis e pregar a mensagem de esperança e fraternidade até o fim.
A sua morte, conforme sugerida pela obra de Mário Silva, marca o fim de um pontificado que redefiniu o papel do Papa no mundo moderno, deixando um legado de compaixão, inclusão e compromisso com a justiça social.
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Texto & Pintura digital: ©Mário Silva
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